Despejou seu corpo arfante sobre a cama enquanto pensava em cada uma das formas coloridas que entremeavam a colcha já antiga e desbotada que descansava sobre ela. Fora colecionando pedaços que ganhara. Cada um guardava uma história. Histórias de muitos, alguns que nem mesmo conhecera, outros que já não recordava o nome.
Mas já não suportava encobrir-se com ela. Divagou em pensamentos, cochilou...
Um vento vigoroso adentrou à janela desamarrando os fios que uniam cada parte da colcha que lentamente se desfazia no ar e sumia no horizonte.
Fora tomada, de súbito por uma sensação de leveza indescritível. Sorriu, voltando o olhar para a cama nua. Sobre ela repousava agora, apenas um novelo de lã e um par de agulhas.
Mas já não suportava encobrir-se com ela. Divagou em pensamentos, cochilou...
Um vento vigoroso adentrou à janela desamarrando os fios que uniam cada parte da colcha que lentamente se desfazia no ar e sumia no horizonte.
Fora tomada, de súbito por uma sensação de leveza indescritível. Sorriu, voltando o olhar para a cama nua. Sobre ela repousava agora, apenas um novelo de lã e um par de agulhas.
4 comentários:
Elis, fantásitca essa colcha e o efeito narrativo desse miniconto! Caiu como uma luva no espírito do R.E.M., como um ráiido movimento do olhar mesmo! Uhu, miga, parabéns. É um privilégio ser teu parcerio de letras nesse projeto! Um abração! Zé
Oi, Elis. No intervalo das leituras e escritas do mestrado, coloquei mais uma ilustração, do que percebi de teu belo texto, dentro do projeto REM (da gente ilustrar um a obra do outro,a té ter um(a) ilustrador(a) oficial). A imagem extraída da internet, do endereço abaixo:
http://leticia-meucantinho.blogspot.com/2008/10/cabea.html
Acho interessante que cada vez que releio seus textos e visualiso as imagens tenho um olhar diferente, mais preciso. Como agora que ohei novamente para a imagem que selecionou para esse post, parece que ela foi feita especialmente pra ele.
Ficou perfeita Zé.
Pois é, Elis, qdo vi essa imagem, achei que tinha tudi a ver com a questão dos retalhos da mente, mais do que do corpo, da questão do novelo, com o satélite ao redor, enfim, abstrações dentro de uma abstração. Ser leitor de imagens tem isso, e essa nossa idealização da criação do outro tá dando uma face criativa e original além do esperado. Coloquei um post no LV, falando desse projeto, dá uma olhada lá. Abração.
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